14/04/25

“4 a cada 5 casais se separam nos primeiros 5 anos após o diagnóstico de atipicidade dos seus filhos. Não quero que você seja um deles.”


        Eu tenho dois grandes desafios aqui. O primeiro é vencer o medo de postar um texto na internet e enfrentar críticas de quem talvez saiba só o óbvio sobre paternidade atípica.

        O segundo é dar a você, que precisa de informação verdadeira, sincera, direto do turbilhão que é ser pai atípico, um conjunto de ferramentas e ideias que, se usadas com intenção e consciência, podem te salvar dessa estatística assustadora: 4 a cada 5 casais se separam nos primeiros 5 anos após o diagnóstico de atipicidade dos seus filhos.

        Eu estava numa palestra sobre o cuidado que igrejas precisam ter para incluir atípicos nos cultos e nas suas agendas. No meio da fala, o palestrante soltou uma bomba: “A cada 5 casais que recebem o diagnóstico de atipicidade do seu filho, 4 se separam nos primeiros 5 anos!”.

        Isso fez um sentido enorme para mim. Sou pai atípico. Benjamin, meu primeiro filho, fará seis anos em abril de 2025. Desde cedo, ele apresenta estereotipias típicas do autismo, como arrumar brinquedos em fileiras, olhar lateralizado, fugir do contato visual – no caso dele, era fugir mesmo, mesmo segurando seu rostinho, ele escapava do olhar como podia. E desde essa época, eu e Rafaella, a mãe dele, enfrentamos um aumento de estresse e animosidade diário. O ambiente em casa fica cada vez mais pesado.

        Quando o palestrante começou a falar como é difícil manter um casamento funcional na atipicidade, eu me vi ali. Mas aquela palestra era sobre autismo na igreja, então ele falou pouco sobre casamento.

        Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Pouco depois, encontrei esse mesmo palestrante numa reunião familiar da igreja. Eu, que sou super tímido, decidi vencer a timidez e fiquei do lado dele, esperando uma chance para puxar assunto. “Então, a estatística de divórcio é assustadora!”, joguei. Ele respondeu na hora: “E você sabe quais são os motivos mais comuns? Vida financeira e adultério.” Aquilo me pegou em cheio.

        Eu sabia como estava minha vida financeira. Rafaella trabalhava cozinhando bastante: bolos, caldos, brigadeiros, marmitas… Mas com o nascimento do Ben, tivemos que diminuir o ritmo. E com o diagnóstico, tudo mudou: vieram remédios, terapias, brinquedos especiais. Os custos subiram muito, enquanto o dinheiro encolheu.

        Eu também sabia como estava o clima em casa. Quantas vezes quis não voltar para um ambiente de guerra pura, com brigas e discussões. É fácil entender como alguém pode desejar uma vida menos atribulada. Não estou dizendo que concordo com adultério, mas sei como ele pode te enganar e parecer uma saída fácil.

        Duas frases daquele cara me despertaram para uma verdade: eu não era o único vivendo isso. Não era o único remando contra a maré, sem recursos, num ambiente tão estressante que, às vezes, só queria pular do barco e nadar sozinho para a praia.

        Mas algo não parava de chamar minha atenção: esse “um casal” que deu certo. Esse cara que não quebrou financeiramente. Esse cara que não escolheu trair. Esse cara que fez dar certo.

        O que é preciso para ser esse “um cara”?

        Isso virou meu assunto. Por quê? Porque eu preciso da resposta. Preciso saber como fazer dar certo para salvar minha própria família. E para ajudar outros caras a serem esse “um”.

        Nesse blog, vou compartilhar tudo que venho aprendendo sobre como fortalecer famílias atípicas. Não só para os pais, mas para todos os familiares e amigos, porque vocês são parte da cura. Vamos ver juntos como essas ferramentas podem nos ajudar a gerir melhor:

  1. As finanças: Economizando e aumentando os recursos, como mapear desperdícios, conseguir renda extra, buscar benefícios e descontos, ou até considerar o serviço público para famílias atípicas.

  2. A saúde física: Aqui em casa, se eu ou Rafaella ficamos doentes, a sobrecarga no outro é enorme. Cuidar do corpo é essencial para que a família não sofra.

  3. A saúde emocional: Tudo que você vê, até este texto, é influenciado pelas suas emoções. Ver algo como difícil ou impossível depende de como você se vê e vê o mundo.

        Toda semana, vamos explorar ferramentas novas com o mesmo objetivo: sermos esse “um cara” que deu certo e, quem sabe, mudar essa estatística.


        Você não está sozinho, se além de acompanhar nossos posts aqui você quiser conversar, manda um email para mim no endereço goncalves.wainer@gmail.com, me conta como está a sua história, talvez eu tenha um conselho específico para você e a sua história, mesmo sem aparecer, possa inspirar muitos outros aqui no Blog.



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